9 de abril de 2017

Resident Evil 7 - Análise


A franquia de horror mais aclamada dos games com certeza é Resident Evil, desde o seu primeiro jogo no Playstation ela conquistou uma legião de fãs ao longo de vários jogos. Só para relembrar, se você tem o Xbox One pode jogar: Resident Evil Zero, Resident Evil, Resident Evil Revelations 2, Resident Evil 4, 5 e 6, além do 7. Sabemos que o primeiro Revelations também vai chegar em breve, e um provável remake do Resident Evil 2 também, então vai ficar faltando o Resident 3 e o Code Veronica, para poder completar o arco principal da franquia no console.

Ao longo dos anos Resident Evil acabou sofrendo muitas transformações, os três primeiros jogos eram mais focados no survival horror, onde você precisava se virar para sobreviver em Raccon City, com pouca munição e muitos zumbis te caçando. A partir de Resident Evil 4 o jogo passou a ser uma espécie de TPS (Third Person Shooter), o jogo sofreu mudanças drásticas e sofreu muitas criticas de fãs, porém no geral tem boas criticas e é considerado um dos melhores jogos da franquia por muitos, provando que as mudanças drásticas nem sempre são ruins. Resident 5 e 6 passaram a trazer mais elementos de ação do que medo, de fato, e isso acabou pesando bastante. A partir do quinto jogo a franquia acabou ganhando ainda mais criticas.

E agora a Capcom resolve mudar de novo e lançar um Resident em primeira pessoa, indo na onda dos últimos jogos de terror que fizeram sucesso, como Outlast. Aliás, o que mais se fala por aí é que esse Resident é mais Outlast do que Resident propriamente dito, será? Bom, no início do jogo você vai estranhar bastante, o jogo foca no medo, te assusta, te apresenta um ambiente hostil que você provavelmente não iria querer frequentar de jeito nenhum. O começo é frenético e as coisas vão acontecendo sem que você entenda muito o que é tudo aquilo, e você realmente vai se perguntar se aquilo é Resident mesmo. As coisas são bastante macabras, a família Backer realmente é de dar medo e são mais loucos do que o Batman fumando pedra. Talvez seja daí que venha a comparação com Outlast, já que o jogo também é cheio de gente mais louca que o Tite escalando Firmino.

Eu mesmo me decepcionei um pouco com o jogo no começo, mesmo com toda essa empolgação, tanta coisa acontecendo, mas acabei sentindo falta da essência de Resident Evil no jogo. Faltava muito de Resident nele, acabei parando de jogar e não me animei pra continuar, cheguei até a publicar precocemente a "rapidinha" dele na página, essa aqui:


Quando alguns jogadores viram ela, criticaram o que escrevi, principalmente com relação a comparar REsident com Outlast e dizer que ele não se parece com Resident. Aí nessa hora percebi que tinha feito merda, e voltei ao jogo, dessa vez pra ir até o final. E quando fui até o final percebi que tinha feito algumas considerações erradas sobre o jogo. A medida que você avança vai percebendo que o jogo é sim um Resident Evil nato, aliás mais parecido com o primeiro jogo da franquia. Você terá muitos puzzles para resolver, muitos itens para coletar, salas para explorar, o vai e vem pelo mapa é constante assim como nos primeiros jogos. Os sustos e o medo te perseguem o jogo todo, você só vai dar uma respirada quando entrar nas salas de "save", aquelas que tem o clássico baú de guardar itens, o gravador pra salvar, e as vezes as gaiolas pra colocar as moedas antigas que você coleta no jogo, que podem te dar de recompensa a fodona Magnum.

Enfim, os fãs de Resident podem embarcar nele sem medo, as mudanças que a Capcom fez deram uma revitalizada na franquia, que já estava "perdendo a graça". A história de Ethan e Mia abre novos rumos para a franquia e com certeza vai possibilitar que outros jogos grandiosos sejam lançados, trazendo Resident Evil de volta ao coração dos jogadores como a franquia de terror mais amada dos games.

Agora uma resenha rápida de alguns aspectos que a maioria dos jogadores gostam de saber sobre os jogos:

Gráficos: A RE Engine funciona muito bem, a sensação de foto-realismo está presente durante todo o jogo e deixa a ambientação muito boa. A expressão dos personagens está excelente e deixa os Bakers mais loucos ainda! Dizem que tem quedas de frames na versão do Xbox, afinal na época que o jogo foi lançado poder importava (Agora depois do Scorpio ninguém liga mais pra poder tão ligado né?)... mas se realmente tem, é muito difícil perceber, eu não percebi e não fui prejudicado em momento algum no jogo por causa disso. O jogo tá bem bonitão e os gráficos tão foda, isso é oq importa.

Som e trilha: O som do ambiente é muito importante pra aumentar a sensação de medo, jogue com um bom sistema de som, seja por fone ou home, e sua experiência será ainda melhor. Você poderá escutar os ruídos da casa e com certeza vai começar a hesitar em cada passo dado, com medo de ser surpreendido por alguma coisa estranha no seu caminho. A música do jogo também é muito boa, a trilha foi muito bem escolhida e o tema principal achei muito foda!

Jogabilidade: Os controles estão impecáveis, são mais lentos que um FPS comum, afinal você controla um humano comum que não tem poderes nenhum, você perceberá isso o tempo todo, mas vai se virar com Ethan e aprender a sobreviver e explorar sem dificuldade nenhuma. A jogabilidade na hora da ação também é muito tranquila, você pode se defender e atacar com facilidade, se morrer é por que o inimigo te superou e não por que o controle te passou uma rasteira. O jogo vai te fazer explorar bastante os cenários, por isso vai passar bastante medo também, os combates vem dosados na medida certa e você terá confrontos épicos com "chefes" mais poderosos que os inimigos comuns, aí geralmente vai ter que encontrar coisas nos cenários pra te ajudar a derrotar os inimigos mais fortes, nem sempre o embate direto é a melhor opção, pense bem antes de descarregar um pente no inimigo, você tem pouca munição e pode desperdiçar a toa!

História: Começa com cara de Outlast e termina como um Resident Evil bem épico, como já falamos lá no início da análise. Eu pessoalmente achei a história um ponto muito forte do jogo, gostei muito, leia cada pedaço de papel que encontrar pelo caminho pois ele pode conter informações importantes da história que vai te fazer mergulhar de cabeça no jogo.

Veredito: Um excelente recomeço pra franquia, o jogo é curto, você consegue terminar em menos de 10 horas. Mas você vai querer jogar mais de uma vez com certeza, e vale lembrar que tem dois finais e dificilmente você não vai querer fazer os dois! O grande problema é o preço de 250 reais... precisam rever muito bem isso pois alguns jogos como Forza Horizon 3 e Gears 4 que também são excelentes e tem uma durabilidade maior que esse, são lançados a preços inferiores a 200 reais pela Microsoft. Acho que as outras produtoras tem que começar a pensar melhor nos preços. Outra coisa que faltou foi a dublagem em português, o jogo está só legendado, o que já é bom. Mas podiam disponibilizar dublado também pois temos visto um ótimo trabalho de dubladores brasileiros em outros jogos e isso valoriza esses profissionais! Hoje em dia acho que já dá pra achar ele por menos de 200 reais, principalmente nas lojas menores, então se achar por um preço bom vá em frente que esse é um dos grandes jogos do ano com certeza!

Screens (Tiradas da loja do Xbox na live):





Por Paulo Recco
Gamertag: Precco