16 de outubro de 2016

Análise: Recore (Xbox One)

 Quando foi apresentado lá na E3 de 2015, Recore começou a gerar um hype enorme nos jogadores, o trailer de apresentação do jogo era belíssimo e o time de produção parecia fantástico, com criadores de Metroid e Megaman envolvidos na produção do game. Finalmente no dia 13 de Setembro deste ano o jogo chegou ao Xbox One, uma nova franquia, que foi recebida a pedradas pela maioria da mídia que se diz especializada no assunto. Mas será que eles realmente jogaram o game? Bom, eu joguei, e vou contar aqui minhas experiências com ele.

Começando a aventura em Éden Distante

Em Recore, você assume o controle de Joule, uma engenheira que está em sono criogênico na órbita do planeta Eden distante. Acontece que a Terra já não é mais um planeta habitável, deu zica lá, e todo mundo saiu vazado! Os cientistas enviaram máquinas ao planeta Éden Distante, um planeta que poderia ser o novo abrigo da humanidade, mas para isso era preciso fazer alguns ajustes nele e essas máquinas deveriam fazer a "terraformação" por lá, para que os humanos pudessem chegar e habitar o planeta. Mas quando Joule acorda ela percebe que está sozinha, algo deu ruim de novo e ela precisa descobrir o que aconteceu. A história no jogo é bem interessante, apesar do foco estar realmente em "jogar" e não "assistir", ela é bem apresentada, mas deixa várias pontas soltas, várias mesmo. Mas isso é bom, afinal Recore poderia ser apenas um tapete de entrada para outros jogos da franquia!



Joule: Uma nova heroína no mundo Xbox!

A protagonista de Recore como já falamos é Joule, e ela faz seu papel com excelência! Equipada com um exoesqueleto que permite que ela utilize uma espécie de dash e também consiga dar pulos duplos e altos, Joule possibilita uma jogabilidade precisa como todo bom jogo de plataforma tem que ter! Mas Recore é jogo de plataforma??? Um pouco sim, Recore tem um pouco de tudo e seu estilo é bem único, fazia tempo que não jogava alguma coisa desse jeito. Pular, usar o dash, atirar, é tudo muito fácil e divertido de se fazer e portanto controlar Joule será uma experiência bastante agradável. Você também verá ao longo da história que ela é uma personagem formidável e carismática!

Explorando Éden Distante

Logo no começo do jogo você vai entender que seu objetivo principal será encontrar os tais núcleos prismáticos, objetos que possuem uma grande quantidade de energia. Graças a eles Joule vai conseguir acesso a novas áreas no mapa, revelando novos caminhos, novas masmorras, e novos itens para colecionar, bem como novos inimigos e chefes. Para coletar os núcleos será precisa muita exploração, você terá que ir e voltar a um mesmo lugar várias vezes, pois nem sempre conseguirá explorar tudo na primeira vez que chegar. O planeta é um mar de areia enorme, a ambientação no jogo está muito boa, os cenários são bonitos e vastos. Os gráficos são simples, nada de espetacular mesmo, mas mesmo assim o jogo consegue se manter bonito.

Você não vai muito longe sozinha, conheça os Nucleobots!

Joule começa o jogo na companhia de seu nucleobot Mack, um robô cachorro também bastante carismático e que te ajuda no jogo atacando os inimigos e cavando a areia e achando itens escondidos. Para progredir no jogo, além de coletar os núcleos você terá que utilizar os nucleobots! Além de Mack, você contará com a ajuda de Seth, uma espécie de aranha mecânica que ajuda você a escalar lugares altos. Duncan é o terceiro amigo, ele é um brutamontes que pode destruir rochas e liberar novos caminhos. Estes três robôs possuem um núcleo, você pode melhorar o núcleo deles aumentando o ataque, a defesa ou a energia, para isso precisará extrair o núcleo dos inimigos nos combates. Antes de destruir um inimigo com sua arma você poderá puxar o núcleo com uma espécie de corda que Joule tem, como se fosse um jogo de cabo de força. Se optar por destruir o inimigo completamente ao invés de extrair o núcleo, você poderá recuperar peças deles, e estas peças podem ser usadas para fazer novas armações para seus robôs.

Para fazer essas novas armações, será precisa também encontrar os diagramas que te ensinam a fazer as peças, eles são encontrados em baús, espalhados por Éden distante e pelas masmorras. O núcleo de seus robôs podem ser trocados, Mack pode entrar em outra armação, por exemplo, há uma armação voadora que pode ajudar Joule a planar pelo cenário, possibilitando chegar a áreas antes inexploradas. Esse lance de evoluir os robôs também é importante para os combates, quanto mais fortes eles ficarem e melhores forem suas armações, melhor será sua chance de vencer os inimigos com seus ataques! E no final do jogo pode acreditar que o bicho pega e você precisará muito de seus robôs em boa forma!



Os desafios de Recore:

Para encontrar os núcleos prismáticos, geralmente você terá que enfrentar muitos desafios. Alguns estão escondidos por Éden Distante, mas geralmente antes de pegar você terá de derrotar alguns Nucleobots fortes. Os combates em Recore são frenéticos! Você deve travar a  mira nos adversários, atirar e correr, correr muito! Mexa-se o tempo todo, pule, use o dash, assim você evita ser atingido. Com o tempo você vai se acostumando com o padrão de ataque dos inimigos e passará a desviar com mais facilidade, mas até lá vai morrer muito! Outra coisa importante, você vai desenvolver sua arma e encontrar quatro cores diferentes de tiro, é importante combinar a cor com a cor do inimigo para aumentar o dano!

Além dos combates frenéticos, o jogo conta com diversos momentos de plataforma extremamente desafiadores, você terá que combinar pulos e dash com precisão para passar pelas masmorras. Algumas vezes o uso dos Nucleobots ajuda nesses momentos também, principalmente Seth e o planador. Os comandos são precisos e isso vai tornar os desafios mais divertidos, se você morrer é por incompetência sua e não por bug ou por controle mal feito. Talvez isso tenha irritado um pouco a maioria da mídia que jogou o game, fazia tempo que eu não via momentos tão desafiadores no gênero plataforma 3D como temos aqui em Recore! 

No jogo você encontrará muitas masmorras e muitos desafios, tem masmorras em que você terá que atravessar de um lado ao outro, tem as masmorras de arena onde você será atacado por diversos nucleobots inimigos, serão várias hordas até a vitória, e tem as masmorras principais que você passará naturalmente na história do jogo. Estas sempre tem algum chefe desafiador no final!


Trilha Sonora

A trilha do jogo é totalmente original, o tema principal de Recore é lindo demais e a trilha em geral é muito boa. Mas em muitos momentos o jogo fica meio paradão e sem som. A dublagem dos personagens está muito boa e o jogo está totalmente localizado em português!

O tempo de carregamento

Tá aí uma coisa chata em Recore, os famosos "loadings" que foram apresentados aos games lá na época do PS1 estão de volta! De lá pra cá eles evoluíram e ficaram mais rápidos, mas parece que tivemos um retrocesso enorme aqui em Recore! O tempo de loading realmente incomoda, no meu caso eu joguei a noite então acho que por isso que senti bastante, pois o tempo parado em frente a TV me dava sono e muitas vezes acabei abandonando o jogo pra dormir por preguiça de esperar. Parece que já chegou um patch pra acelerar o trem, mas eu joguei o game há cerca de 2 semanas e ainda tava bem lento!

E vale a pena comprar???

Vamos ser diretos, VALE! Primeiro por que Recore foi lançado a um preço muito especial se comparado a outros jogos! Hoje temos lançamentos que chegam na casa dos 250 reais e que não valem nem 10% disso, Recore pode ser encontrado em média por 140 reais. É um jogo bem feito, remete muito aos antigos jogos de plataforma da época do Nintendo 64, que eu pessoalmente gostava e gosto muito até hoje! Além disso, apesar da história ser curta, você vai demorar muito pra terminar o jogo pois terá que explorar muito o planeta Éden e coletar muitos núcleos, isso vai dar um trabalho danado mas é bem recompensador!

Gostei muito do jogo no geral, não é nenhuma obra prima, não é o jogo do ano pra mim, mas é um jogo divertido demais e que me garantiu boas horas de diversão! Ah, e ainda vou jogar mais! Não é um jogo que vai ficar parado na prateleira tão cedo!